Em janeiro de 2019, após passar o revéillon em Jericoacoara e tirar alguns dias de descanso em Fortaleza, embarquei para Tulum. Embora já conhecesse as vizinhas Cancún e Playa del Carmen, Tulum era novidade para mim. O destino, localizado no estado de Quintana Roo, na região da Rivera Maya, também tem praias paradisíacas, areias brancas e mar azul turquesa, mas, tirando isso, é completamente diferente de Cancún.
Tulum não tem aquela pegada super turística, cheia de resorts com tudo incluído e abarrotada de gente. A proposta é justamente o contrário: um local mais exclusivo, rústico e com muita gente cool. Confesso que não achei assim tão exclusivo: o destino tem, de fato, essa vibe mais roots, porém, assim como acontece com quase todo lugar paradisíaco, as pessoas o descobriram e a cada ano a região tem ficado mais lotada. Se mesmo assim vale a pena? Muito! Tulum entrou para a minha lista de destinos para voltar todo ano (ou sempre que possível). Além das paisagens perfeitas e o charme nos detalhes (um dos locais mais instagramáveis que já visitei), eu amo a ideia de ficar o dia inteiro com o pé na areia, abandonar o salto e a make, e aproveitar a praia até cansar!
Aproveitando que estou na contagem regressiva para voltar a Tulum (embarco dia 4 de janeiro), decidi relembrar 8 coisas que, na minha opinião, você não pode deixar de fazer por lá:
1. Ficar hospedado na Carretera Tulum – Boca Paila, à beira-mar.
Se a sua prioridade na viagem não for economia, fique hospedado à beira-mar, na Zona Hotelera, de preferência a partir do km 5. É claro que acordar com vista para o mar e em contato com a natureza e a praia paradisíaca já seria um belo motivo para essa escolha, mas a razão principal é que tudo acontece por lá! Nessa região estão os restaurantes da moda, os hotéis mais legais e uma variedade enorme de lojinhas! Ou seja, você consegue fazer quase tudo a pé! Tem coisa melhor do que isso nas férias? E, vai por mim, Tulum, na alta temporada, tem MUITO trânsito! Na minha primeira visita ao destino, fechei a viagem em cima da hora e quase todos os hotéis da região estavam lotados! A sugestão da agência foi o Dreams Tulum, resort all inclusive com mais cara de Cancún do que de Tulum. A estrutura do hotel era bem bacana, não dá pra negar, e haviam várias facilidades como serviço de quarto 24h – o que, para quem costuma aproveitar ao máximo e dormir super tarde, faz total sentido. O problema era a distância: o resort fica na Carretera Chetumal Pto Juarez, também de frente para o mar, porém a cerca de 12 km da praia de Tulum. O agente de viagens que me sugeriu o Dreams disse que eu levaria cerca de 15 minutos até lá – belo engano, ele esqueceu de considerar o trânsito! A Carretera Tulum – Boca Paila só tem uma via para ir e uma para voltar e, portanto, você não tem por onde escapar das filas! Entre o Dreams e os hotéis do último trecho da praia (como o Nômade e o Be Tulum), cheguei a levar uma hora e meia!
No mês que vem retorno a Tulum e, dessa vez, reservei o hotel com mais antecedência. Optei pelo La Zebra, do grupo Colibri, principalmente pela localização. Ele fica no km 8, pertinho de tudo. Alguns amigos se hospedaram lá no mesmo período em que eu estive (janeiro de 2019) e amaram, vamos ver! Quando eu retornar, faço um review por aqui!
2. Visitar os cenotes
Essa dica e a próxima são óbvias (e bem turísticas), porém obrigatórias. A Península de Yucatán possui mais de 10 mil cenotes. Já havia visitado alguns na minha ida à Cancun, mas não podia perder a oportunidade em Tulum, ainda mais que havia um muito próximo ao Dreams Resort: o Cenote Dos Ojos. Ali fica uma das mais longas cavernas subterrâneas do mundo e as estalactites e águas de cor azul turquesa (incrivelmente transparentes) tornam a paisagem impressionante.
Outros cenotes próximos são o Gran Cenote e o Sac Actun – que certamente estão na minha listinha para a próxima viagem.
3. Visitar as ruínas de Tulum e Chichén Itzá
Próximas a Tulum Pueblo (a cidadezinha), as ruínas de Tulum são as mais visitadas na região depois de Chichén Itzá. Tulum foi a única grande cidade maia construída à beira-mar e era protegida por muralhas. O nome Tulum, em maia, significa ˜barreira˜/parede e faz referência aos muros.
Embora as construções não sejam tão impressionantes como as de outros sítios arqueológicos (são mais baixas e em ruínas), elas são ricas em detalhes e tem uma vista fantástica – não seria diferente com o mar do Caribe ao fundo. O melhor de tudo é a localização: as ruínas ficam no início da Zona Hotelera, ou seja, possivelmente não ficarão a mais de 10 km da sua hospedagem.
Se estiver disposto a ir um pouco mais longe (e tirar praticamente um dia inteiro pra isso), vá a Chichén Itzá. A cidade arqueológica maia, que fica localizada no estado de Yucatán, está a 152 km de Tulum. Fundada no século 4 a.C., abandonada no século 7 d.C e reconstruída no século 10 d.C., é lá que fica o mais famoso cartão postal da civilização maia, a Pirâmide ou Templo de Kukulcán – que possui 30 metros de altura. Como já havia visitado o local na minha ida a Cancun (em 2012,) achei que não fazia sentido ir novamente, mas, para quem está pela primeira vez na região, vale a visita com certeza.
4. Aproveitar muito a praia
Não existem ruínas ou cenotes que superem a beleza da praia de Tulum. Águas azul-turquesa, areias finas e brancas e uma grande extensão que te permite eleger o melhor trecho para passar o dia. Em janeiro de 2019, embora meu hotel ficasse de frente para o mar, a praia não era tão bonita quanto a principal de Tulum. Por isso, após o café da manhã, eu costumava sair do hotel e ir para outro local aproveitar a praia – normalmente hotéis localizados a partir do km 8 da Carretera Tulum – Boca Paila. Meus preferidos foram a Casa Malca e o Nômade, onde você pode curtir o dia mediante consumação mínima de US$ 50. O restaurante em frente à praia do Nômade, aliás, é uma delícia. Os frutos do mar são super frescos e grelhados na hora.
5. Curtir o entardecer no Kin Toh, no Azulik.
Localizado em um dos hotéis mais famosos da região, o eco-friendly e super fotografado Azulik, o Kin Toh é um dos lugares mais incríveis que já visitei. Antes de ir a Tulum, cogitei me hospedar no Azulik, mas desisti ao pesquisar melhor: o hotel tem uma proposta super diferente, ideal para quem quer relaxar e ficar em contato com a natureza, e, por esse motivo, não possui energia elétrica, ar condicionado, nem chuveiros. Em contrapartida, tem uma arquitetura totalmente fora do comum e surpreende em cada detalhe. Como eu não teria a experiência da hospedagem, decidi ao menos reservar os restaurantes para conhecer o incrível local. Fui ao Cenote (que é o restaurante mais “normal” dos três que o hotel oferece) e ao Kin Toh, que é fantástico (e com preços que fazem jus à vista espetacular). Reserve um dos ninhos sobre a mata para o primeiro horário, que é às 18h, e chegue um pouquinho antes para curtir o pôr do sol. Prometo que vale a pena.
6. Almoçar na Posada Margherita
O restaurante italiano tem o cardápio super restrito – são 4 tipos de massas, 3 pratos de peixe e 2 de camarão -, mas a comida é deliciosa. Tudo caseiro e super fresco! Eu pedi o Taglierini ai Gamberi e Zucchini e estava divino!
Você pode optar por jantar lá também (no ambiente à luz de velas), mas à noite fica bem cheio e eu particularmente acho que vale muito a pena ir durante o dia para conseguir observar os detalhes (super fofos) do local. Fui com um grupo de amigos após visitar o Cenote dos Ojos e, como já era por volta das 16h, não havia espera e o atendimento foi ótimo.
7. Jantar e ficar para o agito do Gitano e do Rosa Negra
Os dois restaurantes são mega badalados, ideal pra quem quer jantar e já emendar um agito. O Gitano tem o ambiente ao ar livre, decoração linda cercada pela vegetação, iluminação com pequenas velas e globos de festa pendurados nas árvores. Além disso, na alta temporada, normalmente tem bandinha ao vivo ou DJ por lá. A comida é boa e o drinks são excelentes.
Em frente ao Gitano, o Rosa Negra é outro restaurante que tem a mesma proposta animada. Como ele fica aberto até mais tarde, acabei indo várias vezes! Era o local em que toda a galera se encontrava para esticar a festa depois dos sunsets do Nômade ou no Be Tulum. O pão com queijo servido no couvert é maravilhoso e estou louca pra repetir um polvo que comi por lá. Os drinks também são únicos e o serviço é acima da média, para os padrões de Tulum.
8. Aproveitar as festas
Se planeja ir a Tulum na alta temporada, pode começar a economizar energias. Do final de dezembro até meados de janeiro, a programação é intensa. Além dos sunsets que costumam ocorrer nos hotéis, como Nômade e Be Tulum, há festas grandes e muito boas por lá. Confesso que prefiro as menores, que normalmente são fechadas, ocorrem nos hotéis e são super “pé na areia” – você está na praia, decide almoçar e, logo, a festa já começou -, mas a Rumors (Guy Gerber) do início do ano estava incrível. Outras festas boas/DJs bons que rolaram por lá foram Mayan Warrior (do Burning Man), Woomoon e Black Coffee.
Na minha lista para 2020:
Além dos dois cenotes que já mencionei acima (Gran Cenote e Sac Actun), em minha próxima ida ao destino, quero muito conhecer o Hartwood. Quando decidi ir a Tulum da última vez, já não faziam mais reservas e ouvi dizer que nem existem reservas na alta temporada. Soube que o segredo é chegar por volta das 14h, guando chega a hostess, e aguardar a fila na porta para reservar a mesa. O restaurante só abre para o jantar.
Pretendo repetir todos os locais citados aqui, exceto as ruínas e o cenote Dos Ojos, pois acho que uma visita é o suficiente. A mesa no Kin Toh também já está reservada: será o jantar da última noite da viagem, para fechar com chave de ouro! Além disso, já comecei a pesquisar para ver se encontro alguma novidade imperdível. Se houver, pode ter certeza que contarei num próximo post.
Dicas gerais:
– Leve dinheiro em espécie! A maioria dos locais só aceita pagamento em cash (o sinal de internet é muito ruim por lá). Quase todos os estabelecimentos aceitam dólares, mas, para não perder no câmbio (que vai sempre te desfavorecer), leve de preferência pesos mexicanos (ou dólares e troque ao chegar no México).
– Negocie o valor dos táxis. Ao pedir táxi através do hotel, o preço normalmente é tabelado, então fica mais fácil. Porém, ao tentar pegar um táxi em qualquer outro estabelecimento, ou nas ruas, os taxistas determinam o preço que querem e você pode sair perdendo uma boa grana na corrida. Portanto, negocie o valor antes de entrar.
– Se quiser fugir da alta temporada, que vai do Natal à Páscoa, tente ir a Tulum em abril ou maio: já é baixa temporada, mas as temperaturas permanecem boas. Junho ou julho costumam ser meses muito quentes e a partir de agosto há maior risco de tempestades e furacões.
4 comments
Gi, adorei as dicas💃🏻 Qdo vc voltar quero as novas 😍😘
Pode deixar!!! Já já sai um post novinho com outras dicas!
Realmente as dicas são ótimas, parabéns, trabalho incrível.
Obrigada Samuel!! 🙂 Feliz em ler isso!